Os Produtores dos Sumos Frozy e Fizz perigam saúde pública

Escrito por Raul Senda Sexta, 02 Novembro 2012 12:26 (Jornal Savana Online: www.savana.co.mz, disponível em 13/11/2012, às 11:40).

Um grupo de trabalhadores da Varun Bevereges Moçambique, empresa responsável pela produção de refrigerantes da marca PEPSI, acusa a direcção da empresa de prática de desmandos e violação da lei laboral moçambicana. O comportamento violento dos gestores da Varun Bevereges alastra-se às suas empresas conexas, nomeadamente a Mopani International, Yafico Frozy e Tropikool. Estas últimas dedicam-se à produção de sumos Fizz, Frozy e Tropikool. A direcção da Varun opta pelo silêncio. De acordo com as nossas fontes, a direcção da empresa Varun Bevereges Moçambique não respeita a dignidade dos trabalhadores moçambicanos fazendo com que estes trabalhem em péssimas condições e acima das horas legalmente estabelecidas sem a devida compensação. Contam que nas empresas da Varun não se respeitam os requisitos mais elementares de higiene e segurança no trabalho, facto que faz com que os trabalhadores estejam expostos a todo o tipo de perigo. Sublinham que devido à precariedade das condições de trabalho na fábrica PEPSI, num passado recente, um trabalhador moçambicano perdeu a vida depois de ter sido esmagado por uma das máquinas. Tantos outros empregados ficaram sem parte dos seus membros. Na Varun Bevereges os despedimentos são frequentes e muitos moçambicanos são substituídos por trabalhadores estrangeiros em situação ilegal. Muitos desses estrangeiros são de origem libanesa, indiana e Paquistanesa. Estão em Moçambique numa situação legal. Sublinham que o assunto é do conhecimento das autoridades competentes mas nada fazem com vista a corrigir a situação. Acrescentam ainda que muitos desses estrangeiros chegam ao país com vistos falsos e são afectos nas empresas do grupo e vivem em casas arrendadas pela empresa com salários chorudos. Em média, uma dezena de trabalhadores moçambicanos são expulsos, mensalmente, das empresas sem justa causa. Para evitar indemnizações, os gestores da empresa produtora dos produtos da PEPSI optam por contratos precários e por períodos curtos. As demissões e as admissões naquela companhia dependem do número de estrangeiros que entram no país. O SAVANA tem em seu poder uma vasta lista de nomes de trabalhadores asiáticos que estão ilegalmente em Moçambique e a prestar serviços para aquela companhia. Lembre-se que há dias três cidadãos indianos que se encontravam a trabalhar ilegalmente no país e afectos às empresas Tropikool, no bairro Tchumene, e Mopani International (FIZZ), na Machava Socimol, foram expulsos do país.  Trata-se de Narayana Rao Jagannatha Rao, Ravindra Kumar e Chandan Kumal Rai. Os três não tinham vínculo laboral nem direito de trabalho em Moçambique mas tinham sido contratados pela companhia Varun para prestar serviços nas empresas Fizz e Tropikool. Atentado à saúde pública. Os desmandos protagonizados pela direcção da PEPSI alastraram-se às empresas conexas. Para além da violação da lei laboral, as nossas fontes dizem estar preocupadas com a qualidade do grosso dos produtos daquelas fábricas. Contam que a produção dos sumos Fizz, Frozy e Tropikool não respeitam as exigências mais elementares da saúde. As fábricas de Frozy, Fizz e Tropikool não possuem laboratórios para análises e as misturas são feitas a olho nu. As condições do armazenamento do produto também são precárias. “A forma como os sumos Frozy, Fizz e Tropikool são produzidos constitui um verdadeiro atentado à saúde pública. Não se respeitam as regras básicas de higiene e a produção é feita numa situação de imundície total. As pessoas que consomem aquele tipo de produtos correm sérios riscos de saúde, sobretudo as crianças, visto que a mistura dos químicos não passa de nenhuma análise”, disseram.  Sustentam as teses referindo que muitos produtos químicos usados nas misturas dos sumos chegam a Moçambique fora do prazo mas mesmo assim, são usados na produção de sumos que posteriormente são vendidos ao público. Alegam que parte dos químicos usados na produção dos sumos são tóxicos e alguns trabalhadores estão a ter problemas de infecções pulmonares e sintomas de tuberculose. As fontes lamentam o facto das empresas da companhia Varun Bevereges Moçambique pouco contribuírem para as finanças públicas. As fábricas Mopani da Fizz, Yafico da Frozy e Tropikool não contribuem para as finanças públicas, vendem as suas produções sem a devida facturação. A Direcção da Varun Bevereges opta pelo silêncio No passado dia 18 de Outubro contactámos, telefonicamente, a direcção da Varun e apresentámos as nossas preocupações. Fomos recomendados a apresentá-las por escrito. No dia 24 de Outubro, o SAVANA dirigiu um ofício junto à direcção da companhia apresentando todas as acusações dos trabalhadores. Depois da recepção da nossa carta, a secretária da direcção prometeu-nos um contactado posterior. Porém, até a manhã desta quinta-feira, 01 de Novembro o contacto ainda não se tinha efectivado.

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