Te Procuro

Te procuro

Em meus nadas
Nas grutas das minhas madrugadas
Rebolo, me definho e não te acho

Mergulho em meu vão sentir
Foco nas suas alegorias sem dormir
Ainda assim não te acho

Busco retratos outrora
Nos perfumes dos jardins afora
Encontro só desencanto

Procuro nos ecos das vozes do vento
Quiçá volte a ocupar esses silêncios
Que despedaçam aos poucos meus sentimentos

Me diluo neste quarto
Namoro seus retratos
O coração se martiriza em pedaços

Te procuro,
Em meus inacabados futuros
E não acho nenhum vestígio seu

Te procuro, sem poder te achar
Recolho meus soluços
Abraço o abismo e namoro o inferno

 Arcelio Alfredo Zitha (Nampula)

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